A empresa de segurança cibernética CrowdStrike informou no fim de semana que um "número significativo" dos mais de 8,5 milhões de dispositivos Windows afetados por uma recente interrupção de serviço foi colocado novamente online.
A CrowdStrike, que está no centro de uma das maiores interrupções tecnológicas da história, forneceu uma atualização no domingo, informando que muitos dispositivos estão "novamente online e operacionais" após trabalhar com os clientes para testar "uma nova técnica para acelerar a correção do sistema afetado".
"Estamos no processo de operacionalizar uma opção para essa técnica. Estamos progredindo a cada minuto. Entendemos o profundo impacto que isso teve em todos", declarou a empresa.
A Microsoft confirmou no sábado que suas estimativas mostravam que cerca de 8,5 milhões de dispositivos Windows foram colocados offline por uma atualização defeituosa enviada pela CrowdStrike na manhã de sexta-feira. A Microsoft também lançou uma ferramenta de recuperação para ajudar os administradores de TI a agilizar o processo de reparo.
Os 8,5 milhões de dispositivos representam menos de um por cento de todas as máquinas Windows, de acordo com a Microsoft, mas os produtos da CrowdStrike são utilizados por algumas das organizações mais importantes do mundo, incluindo companhias aéreas, agências federais, hospitais, bancos, serviços de emergência e muito mais.
Vários funcionários da Casa Branca comentaram na sexta-feira que o incidente exemplificou como a consolidação no setor de tecnologia pode ter efeitos potencialmente catastróficos.
A Gartner compartilhou dados com a Recorded Future News mostrando que a CrowdStrike controla cerca de 15% do mercado de ferramentas de proteção de endpoints, ficando atrás apenas da Microsoft, que detém cerca de 40% do mercado.
As redes sociais na sexta-feira e durante todo o fim de semana foram inundadas com fotos de telas azuis em aeroportos, lojas e até mesmo na Times Square. Na segunda-feira, ainda havia pessoas tentando voltar para casa após seus voos terem sido cancelados na sexta-feira, devido a interrupções nos computadores usados para fazer o check-in dos passageiros e gerenciar as tripulações de voo.
Mais de 800 voos foram cancelados na segunda-feira, segundo a CNN, e outros 1.500 sofreram atrasos. Milhares de voos foram cancelados no sábado e no domingo, enquanto várias companhias aéreas lutavam para retomar suas operações.
O Secretário de Transportes dos EUA, Pete Buttigieg, disse na segunda-feira que, dias após as interrupções, ainda estavam recebendo relatos "de interrupções contínuas e condições inaceitáveis de atendimento ao cliente na Delta Air Lines". Dezenas de reclamações foram registradas e Buttigieg lembrou à Delta e a outras companhias aéreas que os passageiros devem receber reembolsos e serviços de remarcação gratuitos.
A CrowdStrike rapidamente assumiu a responsabilidade pelos danos, e dezenas de empresas já declararam que planejam registrar pedidos de seguro para cobrir as perdas financeiras causadas pela interrupção.
A Microsoft afirmou que trabalhou com a CrowdStrike, Google Cloud Platform e Amazon Web Services para ajudar as empresas a se recuperarem o mais rápido possível.
O incidente ainda estava atraindo cobertura de notícias em todo o mundo na segunda-feira, mas vários especialistas em segurança cibernética brincaram nas redes sociais, dizendo que a CrowdStrike foi retirada das manchetes no domingo graças à decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de desistir da corrida presidencial de 2024, apoiando sua vice-presidente Kamala Harris para o cargo.
Via - TRM
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