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Foto do escritorCyber Security Brazil

EUA acusam três iranianos de hackear campanha de Trump

Três cidadãos iranianos foram formalmente acusados nos Estados Unidos por seu envolvimento em um suposto ataque cibernético à campanha presidencial de Donald Trump.


Na sexta-feira, o Departamento de Justiça anunciou acusações contra Seyyed Ali Aghamiri, Yasar Balaghi e Masoud Jalili, três hackers que, segundo as autoridades, têm ligações com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irã.


As acusações abrangem suas atividades de 2020 até setembro de 2024. Além de hackearem e roubarem documentos da campanha de Trump, eles também teriam como alvo funcionários do governo americano e membros da imprensa, com o objetivo de "minar nossa democracia", afirmou Christopher Wray, diretor do FBI.



"É importante entender o que isso significa: uma tentativa de um governo estrangeiro hostil de roubar informações de campanha de um candidato presidencial e oferecê-las a seu oponente e à mídia", acrescentou Wray.


Embora não haja evidências de que alguém tenha respondido às tentativas, as intenções do Irã eram claras: semear discórdia e influenciar o resultado das eleições americanas.


O procurador-geral Merrick Garland alertou em uma coletiva de imprensa que o Irã também realizou ameaças físicas e outras tentativas de hacking contra a campanha de Trump. Os três iranianos, baseados no Irã, foram acusados de apoio material ao terrorismo, fraude eletrônica e roubo de identidade em uma campanha de hacking que durou anos.


O Departamento de Estado está oferecendo uma recompensa de US$ 10 milhões por informações que levem ao paradeiro dos acusados.



Métodos e Motivações dos Hackers


A denúncia detalha como os três hackers se passaram por funcionários do governo americano e criaram identidades falsas para realizar ataques de spearphishing. Eles usaram o acesso a e-mails para roubar informações e lançar novos ataques cibernéticos.


Além de seus objetivos políticos, os hackers buscavam vingar a morte do general iraniano Qasem Soleimani, morto em um ataque americano em 2020. Jalili, de 36 anos, é descrito como membro da Força de Resistência Basij, uma milícia voluntária ligada ao IRGC, e teria participado de operações de hacking desde 2005.


Os promotores apresentaram evidências detalhadas, como os endereços IP usados por Jalili e até uma foto do local onde ele teria operado. Acredita-se que Aghamiri, de 34 anos, e Balaghi, de 37, também trabalhem para a Força de Resistência Basij e operem de Teerã.


Antes de invadir a campanha de Trump, os hackers supostamente visaram diversas agências governamentais, incluindo o Departamento de Justiça, o Departamento de Defesa, a CIA e a Casa Branca, além de organizações de direitos humanos e think tanks.


Em um caso, eles criaram uma conta de e-mail se passando pela esposa de um juiz da Suprema Corte.


Ataques Direcionados à Campanha de Trump


Os hackers mudaram seu foco para a campanha de reeleição de Trump em abril, violando contas de cinco assessores da campanha. A partir dessas contas, eles enviaram mensagens disfarçadas de comunicações internas para enganar outros membros da equipe.


No dia 27 de junho de 2020, durante o debate entre Joe Biden e Donald Trump, os hackers enviaram documentos roubados da campanha de Trump para dois funcionários da campanha de Biden, tentando influenciar o resultado. Apesar das tentativas, nenhum dos destinatários respondeu.


Tentativas de Contato com a Mídia


Sem obter resposta da campanha de Biden, os hackers tentaram repassar os documentos para diversos veículos de imprensa, na esperança de que a mídia publicasse as informações roubadas. Um jornalista chegou a trocar e-mails com os hackers, mas acabou suspenso da plataforma X (antigo Twitter) por tentar divulgar o material.


O FBI afirmou que ainda não pode garantir que os hackers tenham perdido o acesso às contas comprometidas e que continuam em contato com as vítimas do ataque.


Sanções e Alerta Internacional


Além das acusações, os EUA, em conjunto com o Reino Unido, emitiram um alerta sobre a recente atividade cibernética iraniana. As sanções americanas atingiram sete autoridades iranianas, incluindo Jalili, por sua tentativa de influenciar as eleições de 2020 e 2024.


As agências de segurança de ambos os países publicaram um documento de 14 páginas detalhando as táticas usadas pelo IRGC para atacar campanhas presidenciais e figuras de alto escalão do governo, jornalistas e ativistas.


John Hultquist, do Google Threat Intelligence Group, afirmou que o governo iraniano utiliza vários contratados para conduzir ataques cibernéticos no Oriente Médio, Europa e Estados Unidos.


O procurador-geral Garland concluiu sua declaração afirmando que essas ações devem servir de alerta para qualquer país que tente interferir nas eleições presidenciais de 2024: "A democracia americana será decidida apenas pelo povo americano."


Via - RM

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