A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) acusou o britânico Robert B. Westbrook de invadir os sistemas de cinco empresas públicas nos EUA para obter acesso a informações confidenciais sobre seus resultados financeiros, com o objetivo de realizar negociações com base em informações privilegiadas.
Segundo a SEC, Westbrook utilizou esses dados sigilosos para negociar ações antes de 14 anúncios de lucros entre janeiro de 2019 e agosto de 2020, lucrando aproximadamente US$ 3,75 milhões de forma ilícita.
Essa prática, conhecida como "insider trading", ocorre quando uma pessoa faz investimentos baseados em informações não divulgadas ao público, violando leis do mercado financeiro.
O hacker teria conseguido acesso aos sistemas das empresas ao redefinir as senhas de executivos seniores, sequestrando suas contas para acessar e-mails e documentos contendo relatórios financeiros confidenciais. Além disso, ele apagava os rastros de suas atividades, excluindo alertas de redefinição de senha e utilizando regras de encaminhamento de e-mails.
Para mascarar sua identidade, Westbrook usava contas de e-mail anônimas, serviços de VPN e criptomoedas, como Bitcoin, em suas transações ilegais. No entanto, a SEC conseguiu identificá-lo por meio de técnicas avançadas de análise de dados e rastreamento de ativos digitais.
“Embora Westbrook tenha tomado diversas medidas para ocultar sua identidade — incluindo o uso de contas de e-mail anônimas, serviços de VPN e Bitcoin — a análise de dados avançada, o rastreamento de criptomoedas e a tecnologia da Comissão são capazes de detectar fraudes, mesmo em casos que envolvem hackers internacionais sofisticados”, afirmou a SEC.
Westbrook agora enfrenta acusações civis da SEC e acusações criminais do Ministério Público dos EUA para o Distrito de Nova Jersey. As acusações incluem a violação das disposições antifraude do Securities Exchange Act de 1934, além de possíveis acusações de fraude eletrônica, fraude em títulos e hacking.
Caso condenado, Westbrook pode enfrentar penas significativas, incluindo longas sentenças de prisão, multas substanciais — que muitas vezes superam os lucros obtidos ilegalmente — e uma proibição permanente de negociar títulos no futuro.
Via - BC
Comments