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Foto do escritorCyber Security Brazil

Homem pode enfrentar até 20 anos de prisão no primeiro caso de fraude de streaming musical com uso de IA

Um homem da Carolina do Norte foi preso no primeiro caso criminal envolvendo fraude de streaming de música gerada por IA. Acusado de usar bots para aumentar as transmissões e roubar US$ 10 milhões em royalties, ele agora pode pegar até 20 anos de prisão.


Michael Smith, de 52 anos, é acusado de manipular plataformas de streaming, gerando bilhões de execuções falsas para músicas criadas com inteligência artificial (IA). Esse esquema permitiu que ele embolsasse mais de US$ 10 milhões. Smith enfrenta acusações de fraude eletrônica, conspiração e lavagem de dinheiro, que podem resultar em uma pena de até 20 anos de prisão para cada crime.


O procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, Damian Williams, anunciou as acusações contra Smith, que teria desenvolvido um software para criar contas falsas, conhecidas como “bots”, em plataformas de streaming como Spotify, Apple Music, Amazon Music e YouTube Music. Esses bots reproduziam continuamente músicas geradas por IA e de propriedade de Smith, resultando em um número massivo de transmissões falsas.





As autoridades afirmam que Smith produziu centenas de milhares de músicas com a ajuda da IA e dispersou as transmissões falsas entre várias faixas para evitar a detecção. Ao não concentrar os streams em poucas músicas, Smith conseguiu passar despercebido pelos sistemas antifraude das plataformas. Em determinado momento, ele teria se gabado de gerar mais de 600 mil execuções falsas por dia, acumulando royalties que deveriam ter sido pagos a músicos e compositores reais.


Embora surpreendente, o uso indevido da IA em esquemas fraudulentos já vem sendo registrado em diversas áreas. Desde a criação de conteúdo ilegal, como materiais de abuso infantil, até a falsificação de sites de obituários, cibercriminosos vêm explorando a IA para finalidades maliciosas há algum tempo.


Segundo o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ), o esquema de Smith tomou um rumo mais agressivo em 2018, quando ele, em parceria com o CEO de uma empresa de música com IA e um promotor musical, aumentou a produção de músicas geradas artificialmente. Milhares dessas faixas eram criadas semanalmente, com nomes aleatórios tanto para as músicas quanto para os artistas fictícios, como “Zygotes” e “Calliope Bloom”, que foram inventados para parecerem legítimos.


Ao inundar as plataformas de streaming com essas músicas geradas por IA, Smith manipulou bilhões de execuções falsas e arrecadou somas significativas em royalties, privando os verdadeiros artistas de seus ganhos legítimos. O esquema incluía também a criação de contas de usuário falsas, fazendo parecer que pessoas reais estavam ouvindo as músicas.


Christie Curtis, diretora assistente em exercício do FBI, comentou que as ações de Smith exploraram vulnerabilidades da indústria musical. Ela afirmou que o FBI continuará determinado a impedir o uso fraudulento da tecnologia para ganhos financeiros ilícitos. A prisão de Smith marca um momento decisivo na forma como a tecnologia, especialmente a IA, pode ser usada para fraudes no setor de entretenimento.


Se condenado, Smith pode enfrentar até 20 anos de prisão por cada acusação.


Via - HR

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