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Operadora estatal de telecomunicações da Namíbia afirma que hackers vazaram dados após recusa em Pagar resgate

A Telecom Namibia, operadora estatal de telecomunicações da Namíbia, confirmou nesta segunda-feira que dados de alguns clientes foram vazados na dark web após um ataque de ransomware.


O ataque foi atribuído ao grupo Hunters International, segundo o CEO da empresa, Stanley Shanapinda. Os hackers divulgaram os dados roubados depois que a Telecom Namibia se recusou a negociar o pagamento de um resgate.



“Nós não negociamos com ciberterroristas,” declarou Shanapinda à mídia local. “Sabemos que os valores exigidos são exorbitantes e inacessíveis, então não há razão para considerar qualquer negociação. Além disso, mesmo pagando o resgate, não há garantia de que as informações não serão vazadas.”




A empresa não especificou quais tipos de dados foram comprometidos, mas, de acordo com a mídia local, os hackers acessaram mais de 400 mil arquivos, incluindo informações pessoais e financeiras de alguns altos funcionários do governo e clientes da Telecom Namibia.


Em comunicado, a empresa afirmou que está analisando os dados vazados e trabalhando com as autoridades locais para minimizar os riscos e proteger seus clientes. Parte das informações já está circulando nas redes sociais, mas a Telecom Namibia alertou que compartilhar ou usar esses dados para fins maliciosos é considerado crime.


O grupo Hunters International, surgido em outubro de 2023, opera como ransomware-as-a-service. Ele foi inicialmente suspeito de ser uma versão reformulada do famoso grupo Hive, desmantelado pelo FBI em janeiro de 2023. No entanto, os Hunters negam essa conexão, afirmando ser um grupo novo que comprou o código-fonte do Hive.


O grupo é conhecido por ataques a setores como saúde, automotivo, manufatura, logística, financeiro, educação e alimentício.


O ataque chamou a atenção das autoridades namibianas. O presidente do país, Nangolo Mbumba, classificou a cibersegurança como uma prioridade nacional, segundo o porta-voz Alfredo Hengari.


“Qualquer ameaça à nossa arquitetura de segurança, incluindo ciberataques, é tratada com a urgência necessária,” afirmou Hengari.


Há relatos não confirmados de que informações confidenciais do Gabinete do Presidente também foram vazadas pelo grupo Hunters International.


Especialistas de segurança do país afirmaram que os clientes afetados têm poucas opções, já que a Lei de Proteção de Dados da Namíbia, que poderia aplicar multas e penalidades severas para incidentes desse tipo, ainda não entrou em vigor. Em alguns casos, as vítimas poderiam processar por negligência na proteção dos dados.


Além do ataque à Telecom Namibia, outro grupo de hackers alegou ter invadido o Ministério da Saúde e Serviços Sociais do país, mirando dados farmacêuticos. Esse incidente, no entanto, ainda não foi oficialmente confirmado.


Via - TRM

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