Um novo relatório de um importante think tank acende um alerta sobre os planos da China de usar tecnologia avançada de sensoriamento remoto como meio de invadir redes e infiltrar infraestruturas críticas para espionar americanos e militares dos Estados Unidos.
Conhecida como detecção e alcance por luz (lidar), a tecnologia utiliza pulsos de laser para criar mapas tridimensionais precisos dos ambientes onde é aplicada.
Ao medir o tempo que os pulsos levam para retornar aos sensores, o lidar gera dados espaciais extremamente detalhados e precisos, superando significativamente o que era tradicionalmente disponível, de acordo com o relatório da Foundation for Defense of Democracies, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos.
O lidar, atualmente empregado em diversas aplicações civis e militares em todo o mundo, "está no centro da tentativa de Pequim de alcançar superioridade tecnológica," alerta o relatório. Ele destaca que empresas chinesas estão dominando o mercado global de lidar, com sensores fabricados na China amplamente utilizados nos EUA como "nós essenciais" em sistemas de segurança pública, transporte e utilidades.
A presença de lidar fabricado na China na cadeia de produção dos EUA cria uma oportunidade clara para espionagem e sabotagem, "potencialmente permitindo que Pequim acesse dados sensíveis dos EUA ou interrompa operações críticas," afirma o relatório, que compara o potencial abuso do lidar às formas como a China explorou a tecnologia de comunicações da Huawei.
Em maio, a deputada Elissa Slotkin (D-MI) apresentou um projeto de lei para proibir o Departamento de Defesa de comprar lidar fabricado na China.
Em setembro, o presidente do Comitê Seleto da China na Câmara anunciou uma proposta legislativa para banir o Departamento de Transporte de adquirir equipamentos que contenham tecnologia lidar fabricada na China.
De acordo com o relatório, os EUA devem aumentar a produção doméstica de lidar e fomentar iniciativas semelhantes em países aliados. Também é necessário impor rigorosos padrões de cibersegurança para garantir o uso seguro do lidar em redes civis e militares.
Chamando o lidar de uma tecnologia "crítica," o relatório aponta uma boa notícia: muitas empresas americanas e ocidentais têm capacidade de fabricar essa tecnologia, permitindo que os EUA abandonem as opções produzidas na China.
“O papel do lidar nos sistemas autônomos de amanhã faz dele uma vulnerabilidade estratégica hoje,” diz o relatório.
“O lidar não é apenas sobre mapear estradas — é sobre mapear vulnerabilidades... Combinado com o histórico da China no caso Volt Typhoon, os riscos de sabotagem e controle operacional são assustadoramente claros,” acrescenta o relatório, referindo-se a uma operação de hacking ligada a Pequim que visou sistemas críticos dos EUA.
A ameaça é particularmente séria para o setor automotivo, segundo o relatório, que cita um boletim recente do Serviço de Inteligência Estrangeira da Estônia. O documento afirma que um fabricante chinês de lidar planejava transmitir dados coletados de carros estonianos de volta para a China.
Uma empresa chinesa não identificada estaria desenvolvendo sistemas de lidar para carros autônomos na Estônia, projetados para "escanearem o ambiente local e transmitirem essas informações para Pequim," afirma o relatório.
"Embora os dados coletados para condução autônoma geralmente sejam apagados se forem considerados não essenciais, essa empresa chinesa pretendia transferir todos os dados ambientais para um banco de dados baseado na China, levantando preocupações sobre a possível exploração dessa tecnologia para fins de inteligência chinesa, como mapear infraestrutura estrangeira, identificar locais sensíveis ou rastrear padrões de movimento."
Via - RM
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